quinta-feira, 17 de maio de 2007

Quem sou?




Cada vez sei menos quem sou
o que quero e para onde vou
não sei que força foi esta
que se apossou de mim
e deixou-me neste
mar sem ondas
que só se agita de quando em vez
quando a brisa o provoca.


Neste poço de águas paradas
deixo-me flutuar
sem que nenhum esforço
necessite fazer.


Perdi a vontade
de seguir um percurso
traçado por mim
permaneço
e deixo-me ser levada
pelos quase imperceptiveis
movimentos.


Isto não é vida
pelo menos a que eu
outrora quis para mim.


Falta-me o desejo
de querer
a vontade de traçar
objectivos
a força de viver
uma vida feita por mim...


sexta-feira, 20 de abril de 2007


Apareceste
quando eu menos
precisava de ti.
A tua intuição
dizia-te
maravilhas a meu respeito
e eu sempre
incrédula.
Foste ficando
e lançaste-te
à descoberta de meu ser.
Dizeste que achavas
que tinhas encontrado
quem querias.
Comecei a acreditar
e a gostar
de tuas palavras...
de TI.
Até que me entreguei
entregámo-nos
um ao outro
e já não sabíamos viver
sozinhos.
Vivemos momentos
de sonho
realidades que eu jamais
tinha vivido.
Nossos sentimentos
avançavam
a um ritmo
superior às nossas forças
não os conseguimos deter.
Agora, quando mais preciso de ti
vais embora
dizes que não me queres.
Deves ter chegado
à conclusão
de que te enganaste
a meu respeito.
Mas eu quero-te muito!

sábado, 14 de abril de 2007

O passado foi assim...


Ansiava teu regresso
tal como uma criança
anseia a chegada do Pai Natal.
Nessa altura
estava demasiado empenhada
em ti.
Era extremamente cautelosa,
o receio de magoar-te
apossava-se de mim
constantemente.
Cada beijo, cada toque,
cada palavra simpática
roçavam-me interiormente.
Era óptimo ter-te
por perto.
Confiava em ti
acreditava nos teus sentimentos
e queria manter-te ansiosamente
louco por mim.
Teu líquido jorrava
tornavas-te fera
libertavas-te
eras parte importante
da minha vida.

domingo, 8 de abril de 2007

Novamente Juntos...

Depois de várias tentativas
forjadas
conseguimos estar juntos
novamente
entregámos nossos corpos
em comunhão
partilhámos nossos desejos
e quase nos devorámo-nos.
Senti-te muito mais seguro
dominaste todas as situações
e proporcionaste-me
prazer e auto-estima.
Contigo, a idade não conta
os quilos a mais
que ganhei desde a última vez
que estivemos juntos
não pesam.
É bom estar contigo
sentir que és verdadeiro
embora pragmático.
Iniciaste a "sessão"
com o teu creme hidratante
em minha face
engoli parte dele
e outra inspirei-o
mas ainda sobrou imenso
para que hidratasses
a pele do meu rosto.
Foste rápido
imprevisível, carinhoso
e querido
como sempre!
ADOREI!!!

quarta-feira, 28 de março de 2007

DESILUSÃO...



A ideia de regressar ao trabalho
recordava-lhe o entusiasmo
com que já vivera a sua profissão
mas o medo apoderava-se de si
naquela lembrança constante
de tantos meses ausente.


Sentia-se desligada dos colegas

do edifício e da burocracia
que lhe era exigida...


Não estava mais para o "fazer de conta"

para o mostrar as coisas certas e bonitas
apenas na teoria.


Queria acima de tudo

ser sincera e agir
de acordo com as suas emoções.



Atormentava-a a ideia

de ser única na sua forma de pensar
agir e estar na profissão.


Afastara-se dos coleg
as que outrora
achara que a admiravam
pela força, pela garra, pela coragem
mas essencialmente pela profissional
que demontrava ser.


Bastou-lhe apenas ausentar-se

e tudo se esvaiu
os que outrora a admiraram
cedo constataram que lhes era
impossível seguirem-se
pelas linhas mestras
traçadas
e rapidamente as substituiram
levando-a a pensar
que sua forma de agir
além de incompreendida
era utópica!

quinta-feira, 22 de março de 2007

Ai se eu pudesse...

Se pudesse esperar
garanto que o fazia
mas o futuro tem pressa
e não se contenta
que passemos os dias
só a pintalgar a nossa vida.
Agradeço por ter sido informada
e compreendo agora
porque a vida me corre das mãos.
Os meus olhares e os da vida
cruzam-se várias vezes
mas... acabamos por observar
paisagens diferentes e dirigirmo-nos
cada uma para seu lado.
Quero dizer: "obrigada vida és formidável"
mas teria de procurar razões
que não me levassem a mentir...
Sei que um dia terei de partir
e porque não irei regressar
então seja razão para dizer
"Obrigada vida por teres permitido
que por aqui ficasse este tempo,
foste formidável apenas por isso".

domingo, 18 de março de 2007

O reencontro

Depois de várias tentativas
tuas
ontem resolvi receber-te
e gostei.
Falámos do passado
das hipóteses que nos afastaram
da vontante crescente
e possessiva
que outrora me ligava a ti.
Falámos também
da necessidade de ruptura
como forma de refugiar-me
do sofrimento de tuas ausências.
Demonstraste vontade
em permanecer comigo
desta vez mais próximo
e mais assíduo
e eu gostei.
Gostei especialmente
porque gosto de sentir-me desejada
gostei porque adoro
sentir-me acompanhada
gostei porque tenho esta forma
de posse incontrolável.
Disseste que voltarias hoje
espero-te ansiosamente...
Se faltares ao prometido
sofrerei
mas saberei encontrar
uma saída
e uma certeza possuo
NÃO VOLTARÁS MAIS
porque eu
NÂO O PERMITIREI!

segunda-feira, 12 de março de 2007

Quero Sentir-te




Quero sentir-te novamente
urgentemente e sem demoras


Faz-se tarde e quero ter a certeza
que existo em ti


Por mais caminhos
que tenha percorrido
por outros tantos
que tenha desejado percorrer
o que me leva até ti
permanece intocável


Preciso reviver o percurso
percorrendo-o
preciso encontrar-te
encontrando-te
Preciso saber que existo
SENTINDO-TE!

domingo, 4 de março de 2007

Renascer




Que vontade é esta
que teima em contrariar
meus sentires antigos?


Que vontade é esta
que teima em mudar
todos os meus quereres?


Que vontade é esta
que teima em anular
minha forma de ser e estar?


Que mudança estranha
Que vontade de deixar de ser
Que força esta que me toma
e faz-me querer NASCER!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

ESTA DOR,,,

Acordo com esta
SAUDADE que me aperta
o peito e a garganta
que me deixa indisponível
para outros sentires
outras dores
outros prazeres.
Uma vontade louca
de querer o que não quero
de ter o que não tenho
de fazer o que não faço.
Um desespero feroz
de segurar o tempo
modificá-lo
dizer-lhe estou cá!
Eu é que te controlo agora
Eu é que sou a dona desta cena
deste espaço
deste tempo
deste palco!

sábado, 17 de fevereiro de 2007

JU




Não sei o que dizer
nem o que fazer
Sei apenas que terei de dizer
terei urgentemente de o fazer
Sei também que preciso de ti
como do ar que respiro
para poder crescer
Faço deste teu canto
minha manta de retalhos
de emoções e viveres
Faço deste teu espaço
uma travessa que vai à mesa
recheada de amostras simples
de receitas bem caprichadas
que a cozinheira
oferece com prazer e vaidade
aos convidados.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Perda de Tempo

Vinte e três anos é uma vida.
Uma vida que se perde.
Sofria de doença crónica incurável.


Nasceu não do amor mas do medo,
da insegurança,
da imaginação,
da vontade e do desejo do acreditar.


Desde sempre se debateu contra a solidão,
a indiferença, o pouco investimento...


Mas lá foi sobrevivendo.
Cada crise era sempre maior que a anterior.


Acabou por "morrer"
sem que ninguém se apercebesse.
Até os seus progenitores
pareciam não dar por isso.


Mas chegado o dia vinte e oito de Setembro de 2006
FOI-LHE CONFIRMADO O ÓBITO!

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Meu Querido FILHO


Chegaste
às primeiras horas
de um dia
do final de Setembro.


-Realizaste o meu sonho
de ser mãe!


Rodeei-te de mimos
carinhos e protecção.
Criei-te numa "redoma"
fui egoísta, bem sei
mas... tinha pavor de perder-te.


Medo esse
que nos acompanhou
pela vida fora.


Mas... aos treze anos
quando te diagnosticaram
um TUMOR cerebral
tudo em mim mudou.


Renasci para a vida!


Descobri em mim
uma outra mulher
uma outra mãe
a abarrotar de Força
e de Certezas.


-"Tudo iria correr bem contigo!"


Refugiei-me do mundo
e das pessoas...


Vivemos momentos intensos
de cumplicidade e dependência
como nunca antes
havíamos vivido.


Regressaste à tua posição
fetal
e eu à grávida
que havia sido.


Reatámos o cordão umbilical
fomos felizes, durante a doença
enfrentámos TUDO e TODOS
sozinhos os dois


Mas... Vencemos!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Juntos Novamente



A vontade do reencontro
crescia a cada momento
de forma incontrolável.
Estávamos distantes
mas queríamo-nos muito...
Só o comboio
poderia tornar possível
a realização do desejo louco
que nós possuíamos.
Vi-te ao longe
apeteceu-me correr ao teu encontro
saltar para o teu colo
e saciar-me, ali mesmo!
Mas não... nada fizemos
apenas um "Olá!"
Era demasiado arriscado...
poderíamos ser vistos...
não poderíamos
levantar suspeitas
O que vivíamos
era demasiado belo e bom
para magoarmos terceiros.
A nossa cumplicidade
era muito forte
entrei sorrateira e discretamente
no teu carro.
Levaste-me ao hotel
e seguimos para o quarto
previamente reservado por ti.
Desta vez não estremeci
de medo nem de insegurança.
Entregámo-nos mutuamente
num frenesim de loucura.
Nossos corpos reconheceram-se
a comunicação entre eles
estava facilitada.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

O jogo da verdade

A cada pergunta tua
a minha resposta sincera.

A cada pergunta minha
a vontade de conhecer-te!

O desejo que o jogo não terminasse
A vontade crescente de entrega
A ânsia de ter-te meu!
Como nos entendíamos...
numa linguagem única,
inventada por nós.

Chegou o dia e...
tomaste-me em teus braços.
Estremeci!
Acarinhaste-me.
Transmitiste-me confiança e segurança.
Então entreguei-me
e nossos corpos comunicaram
e tão bem se entenderam!

Fizemos do sexo o manjar dos anjos
Fizemos da cama um trono divino
e apesar da hora tardia
não nos rendemos ao sono!

Nós merecíamos:
viver, sorrir, sentir, amar...

domingo, 4 de fevereiro de 2007



Entrei naquela sala

e nem sei se já lá estavas

ou se chegaste depois

só sei que resisti um pouco

aos teus sinais


Já travara conhecimentos

com outros

quando te sinto

próximo a mim
Receei...

que fosses mais um sem sentido

mais um, igual a tantos outros


Não quis arriscar...

mas que fazia eu ali?

que procurava eu?

então porque não experimentar?

Propuseste um jogo


ao qual aderi



com muita curiosidade



Surpreendeste-te com minha sinceridade


ganhaste minha confiança



E aos poucos


fomos vencendo os meus medos.





sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

MEU PONTO DE PARTIDA



Encontrei-te por acaso
quando, já cansada
perdia a esperança...
abrigaste-me, deste-me guarida
saciaste minha fome e sede
Sim, estava desesperadamente
esfomeada.
Acabara de atravessar um DESERTO
e todos os que encontrei
não passaram de meras quimeras.
Contigo, acreditei...
que era possível renascer.
Contigo, acreditei...
que havia vida
em mim!