A ideia de regressar ao trabalho
recordava-lhe o entusiasmo
com que já vivera a sua profissão
mas o medo apoderava-se de si
naquela lembrança constante
de tantos meses ausente.
Sentia-se desligada dos colegas
do edifício e da burocracia
que lhe era exigida...
Não estava mais para o "fazer de conta"
para o mostrar as coisas certas e bonitas
apenas na teoria.
Queria acima de tudo
ser sincera e agir
de acordo com as suas emoções.
Atormentava-a a ideia
de ser única na sua forma de pensar
agir e estar na profissão.
Afastara-se dos colegas que outrora
achara que a admiravam
pela força, pela garra, pela coragem
mas essencialmente pela profissional
que demontrava ser.
Bastou-lhe apenas ausentar-se
e tudo se esvaiu
os que outrora a admiraram
cedo constataram que lhes era
impossível seguirem-se
pelas linhas mestras
traçadas
e rapidamente as substituiram
levando-a a pensar
que sua forma de agir
além de incompreendida
era utópica!